

A segunda casa de Dom João, durante sua permanência no Rio de Janeiro, foi a Quinta da Boa Vista, um palacete no bairro de São Cristóvão que pertencia a um rico comerciante de escravos. Segundo historiadores, Dom João usou a velha lábia para ganhar na conversa a residência, um dos prédios mais luxuosos da cidade. “A história da Quinta da Boa Vista é muito interessante porque foi ‘uma oferta’ de um comerciante, Elias Lopes, que era chamado de Turco Elias. Dom João aceita a oferta e, em troca, o Turco Elias recebe não só uma boa indenização como um título de nobreza e um salário vitalício. Ele também passa a administrar a propriedade”, explica a historiadora Lilia Schwarcz. O terreno ficava em uma elevação que se estendia das margens do Rio Maracanã ao mar, entre a Enseada de São Cristóvão e de Inhaúma, chamada de Quinta da Boa Vista. Para receber a família real, passou por reformas realizadas por um arquiteto inglês. Atualmente, a Quinta da Boa Vista funciona como um parque, abrigando o Jardim Zoológico da cidade. No palácio, onde hoje fica o Museu Nacional – administrado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) -, Dom João recebeu ministros, deu festas e Dom Pedro I cresceu e acabou virando imperador do Brasil.
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